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Sou tantas e sou uma... Existo e sumo... Mergulho e retorno... Intensa, curiosa, aprendiz, crítica, sensível... Por vezes sábia. Vivendo na montanha-russa, em altos e baixos constantes... Metamorfose ambulante. Eu? "Contradigo a mim mesmo porque sou vasto" (Walt Whitman)

sábado, 2 de abril de 2011

Estou de luto...

Amigos,
Perdi meu pai.
Ele se foi, dormindo e sereno, em casa, dia 14 de março de 2011...
Cada um tem seu tempo e seu jeito de viver o luto.
Ainda estou chorando muito, toda hora, profundamente triste, cheia de saudades e dor, precisando ficar mais alguns dias quietinha por aqui, como tenho estado desde que ele partiu...
Não estou em depressão. É bem diferente disso.
Estou é com um aperto no peito que talvez só os poetas soubessem traduzir em palavras... É uma falta, um buraco sem fundo, agravado pelo fato de que morávamos juntos, eu ajudava a cuidar dele (como ele um dia cuidou de mim...) e cada lugar e cada coisinha nessa casa me lembra meu pai, o tempo todo...
Obrigada a todos que se solidarizaram comigo, de alguma forma, nesse momento tão difícil!
Uma das coisas que têm me ajudado é homenagear meu pai, de várias maneiras, entre elas fazendo álbuns de fotos, com recordações de várias épocas.
Convido vcs a darem uma olhada, quando puderem!
Álbum só de fotos minhas com meu pai, desde bebê (este álbum é pequeno; poucas fotos):
Álbum com fotos do papai em várias épocas da vida dele, a partir do tempo (anos 60) em que era noivo da mamãe (são mais de 100 fotos):
Ainda farei muito mais, outras homenagens, não só com fotos, assim como foi a homenagem que fiz lendo, na missa de 7º dia pelo meu pai, um belíssimo poema do sábio Santo Agostinho, que recebi de meu eterno mestre e amigo Eduardo Maia e que achei a cara do meu paizinho, que era um cara alegre, pra cima, cheio de amor à vida e às pessoas, sempre rindo, e que é o que eu pretendo cultivar cada vez mais em mim, na minha vida, na medida em que for passando esse momento pior do luto mais pesado, para que eu possa, assim, honrá-lo e levar adiante essa bela herança que ele nos deixou... Aí vai o poema para vcs, para que possam compartilhar dessa beleza. Leiam como se fosse meu pai falando, ok? E olha ele aí, que lindo:

A Morte não é nada

(Santo Agostinho)

A morte não é nada.
Eu somente passei para o
Outro lado do caminho.

Eu sou eu, vocês são vocês.
O que eu era para vocês,
Eu continuarei sendo.

Me dêem o nome
Que vocês sempre me deram,
Falem comigo
Como vocês sempre fizeram.

Vocês continuam vivendo
No mundo das criaturas,
Eu estou vivendo
No mundo do Criador.

Não utilizem um tom solene
Ou tão triste, continuem a rir
Daquilo que nos fazia rir juntos.

Rezem, sorriam, pensem em mim.
Rezem por mim.  

Que meu nome seja pronunciado
Como sempre foi,
Sem ênfase de nenhum tipo.
Sem nenhum traço de sombra
Ou tristeza.

A vida significa tudo
O que ela sempre significou,
O fio não foi cortado.
Porque eu estaria fora
De seus pensamentos,
Agora que estou apenas
Fora de suas vistas?

Eu não estou longe,
Apenas estou
Do outro lado do caminho...

Vocês que aí ficaram, sigam em frente,
A vida continua, linda e bela
Como sempre foi.

Beijos para todos,
com carinho,
Regina Milone.

Um comentário:

Marília disse...

Que lindo, Regina... Fiquei muito emocionada. Somente quem perde alguém que ama sabe da profundidade e da beleza dessas palavras. Abração!