Quem sou eu

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Rio de Janeiro, RJ, Brazil
Sou tantas e sou uma... Existo e sumo... Mergulho e retorno... Intensa, curiosa, aprendiz, crítica, sensível... Por vezes sábia. Vivendo na montanha-russa, em altos e baixos constantes... Metamorfose ambulante. Eu? "Contradigo a mim mesmo porque sou vasto" (Walt Whitman)

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Marina Silva é a opção!!!


Votei Marina Silva para presidente, votei VERDE, porque, a meu ver, o planeta está pedindo socorro e essa questão, no momento, já está além das questões econômicas, sociais, etc.

Como já disse o Cacique Índio Seatle, há muitos anos, em trecho de uma belíssima carta (ainda vou botar a carta toda aqui no blog!) que escreveu em resposta a oferta que recebeu pelas terras de sua tribo, oferta essa vinda do presidente americano da época: 

"Vai chegar o dia em que até o homem branco vai ver que tudo está interligado entre si no mundo e que, cuspindo na terra, o homem está cuspindo sobre ele mesmo."

Ecológico, espiritual, profético... É preciso dizer mais alguma coisa???

 

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Racismo

Como é triste ver a força que o racismo ainda tem, incutido na cabecinha das crianças desde cedo e prejudicando tanto a formação de suas identidades e auto-estima...
Vejam o vídeo:

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Como estrelas na Terra - Toda criança é especial (Taare Zameen Par - every child is special)


Como estrelas na Terra - Toda criança é especial
(Taare Zameen Par - every child is special)


Queridos amigos,
Esse é um dos filmes mais lindos que já vi na minha vida!!! E olha que sou cinéfila de carteirinha, hein!
Me fez chorar diversas vezes, torcer, me indignar, sorrir, me encantar... Me encheu de esperanças.
É simplesmente IMPERDÍVEL!!!
Meu desejo, assim que acabei de assistir, foi passar pra todo mundo que, como eu, trabalha nas áreas de Saúde e Educação. Todos deveriam ver esse filme!
O menino é um ator fantástico (foi premiado, merecidamente), assim como o professor, que é o primeiro adulto que consegue realmente "enxergá-lo". A família do menino também tem bons momentos no filme, entre outros bons atores.
As escolas mostradas são parecidas com as nossas, em muitos aspectos.
Como é triste ver que, assim como lá, aqui também ainda rotulam, muitas vezes, de "burros", "preguiçosos" e "indisciplinados" alunos que podem estar com diferentes tipos de problemas/transtornos, como a dislexia do personagem do filme... É mais fácil colocá-los todos no mesmo saco e carimbar do lado de fora "alunos-problemas" ou "alunos-difíceis" ou ainda "alunos-que-não-têm-jeito-mesmo".
E a importância da ARTE, do AMOR, da SENSIBILIDADE, da IMAGINAÇÃO e da CRIATIVIDADE na Educação??? Aparecem com força total, realmente transformadora, nesse belíssimo filme! Assim como o valor de olhar e ouvir verdadeiramente o outro para se encontrar/construir caminhos e soluções.
E a cena onde todos se permitem ser um pouco crianças, numa maravilhosa quebra de rotina naquela escola tão tradicional? Muito legal mesmo!!!
Estou emocionada até agora e sei que, por muito tempo, as belíssimas imagens e cenas irão me acompanhar, com a intensidade, o colorido e a força com que me impactaram.
Superação, sobrevivência, alegria, dor, incompreensão, ignorância, medo, solidão, coragem, descobertas, possibilidades... RECONHECIMENTO. ENCONTRO. BELEZA.
E fiquem atentos à trilha sonora do filme, que é parte integrante da história. É linda demais!!!!
NÃO PERCAM!!!!
Beijos a todos, com carinho...
Regina.



Vejam o trailer em:
http://www.youtube.com/watch?v=uPGSZOt3LRE&feature=related
http://www.youtube.com/watch?v=64xV9l7O3cg&feature=related

Leiam a resenha em:

http://cinemaindiano.blogspot.com/2008/06/taare-zameen-par.html

E ASSINEM - EU ASSINEI!!!!! - O ABAIXO-ASSINADO PELA VINDA DO FILME AO BRASIL EM:
http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/4634

Afinal... O filme passou em festivais, mas não entrou em cartaz e... TODOS MERECEM VER ESSE FILME!!!!!

Beijos a todos,
Rê.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Pipas no Ar

Não deixem de assistir a Pipas no Ar!
É sobre inclusão e sexualidade de portadores de necessidades especiais.
http://videolog.uol.com.br/video.php?id=430678

           
Pipas no Ar por baroukh no Videolog.tv.

Este documentário educativo, realizado para a APTA e UNESCO, documenta um trabalho pioneiro na área de Inclusão Sexual e Direitos Humanos. Comprova a possibilidade e a necessidade de se trabalhar com pessoas que recebem poucas informações sobre educação sexual e prevenção, em conseqüência de preconceitos e pensamentos equivocados a respeito da deficiência mental e da sexualidade.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Cinema e Educação

Acabei de assistir e gostei muito. Emocionante realmente.
Anos 30. Uma cidadezinha do interior da Espanha. A figura do velho e sábio professor, muito respeitado, num tempo de ingenuidade e romantismo, quando havia menos correria e mais gentileza e atenção com a natureza e uns com os outros... Uma criança sensível e curiosa, descobrindo o mundo e tendo no mestre um modelo e um grande apoio... Bondade, respeito, descobertas... A liberdade como valor supremo. Até que...
O fascismo chega e joga uma grande bomba em tudo isso.
O medo de ser perseguido e morto toma conta de tantos que outrora eram tão idealistas.
Crianças estranham, a princípio, mas logo entram no clima perverso, sem noção de todo esse absurdo. Seguem a "onda"...
A vida comprova o que o velho mestre havia dito ao menino: " O inferno não existe. A crueldade e a maldade humanas é que são o inferno."
E tem mais!
As mulheres da época... A mãe zelosa, religiosa, que não pensa duas vezes na hora de defender a sua família, a qualquer preço. Moralista, conservadora...
A moça mal falada, filha "bastarda", solitária, vivendo distante da cidade apenas com seu cachorro, mas cheia de fogo, descobrindo o prazer...
O cão amigo, companheiro, vítima do "inimigo" que chega no escuro, de surdina e ataca, covardemente, por raiva e ciúme, àquele que não fazia mal a ninguém. Àquele que apenas latia. Assim como as pessoas idealistas da cidade, que apenas diziam o que pensavam e viviam de acordo com suas verdades e que, também por isso, foram caladas.
Armas calando latidos.
Armas chegando para ocupar todos os espaços, antes compartilhados.
Instala-se o regime autoritário, fechado, que não tolera vozes discordantes e massacra as diferenças, que persegue e abafa os partidários da liberdade de pensamento e de expressão. Truculento e feroz, chegando como rolo compressor, acabando com um tempo de delicadeza.
É, professor... O lobo nunca poderá dormir com o cordeiro. O senhor tem razão.
Entre outras imagens belíssimas, ficou em mim, após assistir o filme, a figura do professor, sua fragilidade física, natural da idade avançada, unida a uma postura digna, íntegra, pacífica e honrosa. Ficou marcado o seu olhar, misto de surpresa e tristeza, ao ver a atitude do menino, na cena final do filme.
Em mim ficaram registrados os aparentes contrários/contrastes: lobo X cordeiro, céu X inferno, sabedoria X truculência, bondade X maldade, religião X política, fascismo X comunismo, criança X velho, professor X aluno, mulher "de família" X mulher "da vida", medo X coragem, liberdade X terror, sensibilidade X violência, dispersão e agitação do jovem X concentração e atenção aos detalhes (onde grandes belezas e mistérios da natureza se fazem presentes) do idoso ... E ficou também registrada a certeza de que estão todos presentes em cada um de nós, que escolhemos a cada dia quais queremos ou não alimentar.
E ainda...
O mestre que não aceita propinas, que mantém seus princípios... Que dá suas aulas também fora da sala de aula, ensinando a amar e respeitar a natureza (nada mais importante e atual!)... A solidão desse mestre, tantas vezes só tendo a si mesmo para se apoiar, nos momentos em que parecia estar falando sozinho... A cena do professor tentando dar aula enquanto os alunos fazem a maior bagunça e não prestam atenção em nada do que ele diz é emblemática. E continua atual! Quantos professores, hoje em dia, já passaram por isso, mil vezes?! Infelizmente nem todos conseguiram ou conseguem ter a postura de paciência e respeito ao direito de escolha alheio que o velho mestre tem no filme, quando, ao invés de esbravejar, se cala, reflete, observa e aguarda até que a própria turma perceba o que está perdendo e volte sua atenção para a aula. Minutos de aula são perdidos sim, mas o maior ensinamento é passado. Sem o espaço e a liberdade para errar, não se aprende nem se chega a acertar verdadeiramente. O verdadeiro mestre compreende isso e proporciona esse espaço, acompanhando de perto.
É impossível não pensar na escola que temos, onde, muitas vezes por vaidade, outras vezes por insegurança, a truculência e as tentativas de obter respeito vêm pela força, pelas ameaças, no fundo pelo medo de "perder o controle" e, com isso, o espaço e o tempo necessários para que os erros aconteçam e, a partir deles, também o aprendizado, acabam se perdendo...
A criança, um solzinho nascendo pro mundo, descobrindo, repetindo, aprendendo com o exemplo, bom e mal, dos adultos, tendo muito pela frente ainda, muito para amadurecer... O velho sábio, sol poente, compreendendo a importância do sol (seu ego) sair de cena em muitos momentos, para que outros possam brilhar, errar, acertar... Verdadeiramente arquetípica essa dupla do filme: o menino e o velho.
Verdadeiramente emocionante.
Um belo filme!

OBS.: Não sei se ficou claro, mas vi o cão de forma simbólica, no filme. Aliás, todo o filme pode ser visto assim.
A criança agindo como age no final pode estar mostrando o fim da inocência, o fim de um tempo de pureza e a chegada de um tempo de violência e opressão. Tudo muito bonito, por um lado e triste, por outro...
Não deixem de assistir!

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Que presente fantástico!!!!!

Amigos,

Recebi um presente belíssimo esse mês e estou compartilhando com todos a minha alegria.
A maravilhosa artista que me presenteou, pintando meu retrato aí ao lado (ela se inspirou em parte na carta "A Imperatriz", do tarot), é minha amiga Patty Ariel. Dêem uma olhada no lindo blog dela.
Vale a pena!!! Ela tem pinturas fantásticas!
É só ir em:
http://mesmerizedbythesirens.blogspot.com/

Beijos para todos,
Regina Milone.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Entre os muros da escola


Oi amigos!
Não deixem de ver o filme "ENTRE OS MUROS DA ESCOLA", ganhador da Palma de Ouro em Cannes. É um filme francês, que mostra a realidade das salas de aula em escolas públicas e a relação professor-aluno, nas séries equivalentes ao 6º até 9ºanos do Ensino Fundamental daqui e Ensino Médio (garotada de 13, 14, 15 anos de idade). Acabei de assistir (baixei da internet) e valeu muito a pena. Em muitos pontos, aquela realidade é idêntica à nossa.
Me permitam analisar um pouco:
- As escolas públicas francesas estão recebendo uma diversidade de alunos e culturas - imigrantes de vários países - e estão encontrando muitas dificuldades em lidar com isso, assim como encontramos aqui, onde a existência de vários "brasis", também com diferentes culturas, hábitos e costumes se faz presente, principalmente no ensino público; aqui também ainda estamos lutando pra aprender a lidar com isso e nos comunicarmos de forma efetiva;
- Os adolescentes mostrados no filme encontram-se bastante descrentes da importância da escola e do estudo, só se mostram motivados na hora do recreio e dos esportes, estão cada dia mais irônicos e agressivos com os colegas e com os professores, estão debochados, desrespeitosos e indisciplinados, já que aquilo tudo parece não fazer o menor sentido pra eles, além de sentirem-se perseguidos pelos professores e pela escola em muitos momentos, não sentindo-se compreendidos e amparados por eles;
- Os professores também sentem-se desmotivados, pois dar aula para turmas onde apenas um ou dois estão interessados é super frustrante, o que os faz tentar vários recursos e dinâmicas, nem sempre bem sucedidas, para tentar mudar esse quadro, procurando cativar os alunos de alguma forma e, muitas vezes, perdendo a paciência - o que é super humano - nesse processo que parece estar andando pouco ou quase nada;
- Os diretores e coordenadores (no nosso caso, orientadores também) buscam ouvir todos os lados e "costurar" essas relações, aplicam normas, impõem limites, organizam reuniões e acabam passando boa parte do tempo tendo que cuidar de casos de indisciplina e de organização da escola, incluindo aí a estrutura física da escola, entre outras coisas;
- Os "Conselhos de Disciplina" de lá julgam e acabam sempre expulsando alunos considerados "difíceis", após suspensões e outras punições, o que também acontece aqui, nas reuniões de professores e equipe diretiva, mesmo sendo proibido por lei e mesmo sabendo-se que, dessa forma, é muito mais provável que aconteça a evasão escolar ou a entrada desses adolescentes na marginalidade ao invés de funcionar como uma "lição" que os faça melhorar de alguma forma;
- Os pais desses alunos são pessoas simples, pobres, em geral de vida sofrida e que, lá na França, nem mesmo falam a língua do país, muitas vezes, o que corresponde aqui à dificuldade que encontramos em nos comunicar com os responsáveis por nossas crianças e adolescentes também, pois parece nitidamente, na prática, que também são duas (ou mais) línguas diferentes se encontrando e, aqui como lá, sabemos que chamar os pais para conversarmos pode levar os alunos a serem surrados, castigados e humilhados em casa depois, muitas vezes.
Enfim...
Nada muito diferente da nossa realidade não!
A busca do professor no filme é louvável. Ele usa a inteligência, a criatividade, é democrático, mas não consegue despertar o interesse dos alunos, na maior parte do tempo, como também acontece aqui. E olha que ele tenta muito fazer com que os alunos participem, falem do que gostam, sejam dinâmicos, mas eles estão mais é querendo que a aula acabe logo e que as férias cheguem logo também. E, infelizmente, isso é o que grande parte dos profissionais das escolas daqui (não só os professores) também acabam querendo... Até mesmo como reação ao estresse e desgaste do dia a dia, pois ser professor, na realidade atual, não está mole pra ninguém!
No entanto vemos, no final do filme, que nos momentos de descontração - jogo de futebol -, os alunos e os profissionais da escola se integram, interagem e fazem do estar na escola algo muito prazeroso. Isso também acontece aqui. Mas, mesmo assim, insiste-se em se manter principalmente aulas expositivas em todas as matérias, aquele modelo antigo do "cuspe e giz", o que é justamente o contrário desse dinamismo necessário e super presente, tanto na criança quanto no adolescente. A escola, nesse ponto, violenta a própria natureza curiosa e criativa dos alunos, até que não reste nada dessa natureza ali, dentro dos "muros da escola"...
Os adolescentes vão sempre questionar a autoridade (de forma crítica ou não; consciente ou não; debochada ou não), vão preferir estar com os amigos do que com os adultos, vão estar super ligados em sexo, terão sempre linguagem própria (incluindo gírias, palavrões..) entre eles, pois tudo isso FAZ PARTE DA ADOLESCÊNCIA. É normal. Não podemos reagir a isso como se fôssemos tão adolescentes quanto eles! Mas no dia a dia das salas de aula lotadas é bem difícil...
Os alunos precisam de limites? Claro que sim!!! Mas não adianta a escola ser democrática no discurso e manter práticas tradicionais, conservadoras, voltadas para a pura e simples obediência. Isso só vai continuar cultivando a rebeldia dos alunos! Nunca ajudaremos a formar cidadãos com o mínimo de autonomia, espírito crítico, iniciativa e criatividade assim! E, sem essas características minimamente desenvolvidas, como poderão se virar bem nesse mundo louco que nós, adultos, estamos entregando pra eles??? De alguma forma, vejo que eles percebem isso intuitivamente e reagem assim, na defensiva, mostrando que esse não é o mundo que querem.
Ao mesmo tempo, em uma sociedade cada dia mais individualista e consumista como a nossa, com diferença de classes sócio-econômicas gritantes, fica complicado desenvolvermos outros valores junto ao aluno, já que o próprio ser humano tem sido cada vez mais tratado como algo descartável, numa sociedade em que o maior valor é realmente o dinheiro e o status, o poder e o prestígio que ele pode comprar, o que os jovens veem muito bem. Aí chegamos pra eles e falamos da importância do estudo e eles não entendem, não acreditam e só se interessam se for pra ganhar dinheiro de forma fácil e rápida, já que o imediatismo também impera.
É tudo fruto do capitalismo? Acho que só em parte. É fruto também das nossas contradições e do enorme desconhecimento que o homem ainda tem sobre o seu próprio funcionamento interno (emocional, psíquico, inconsciente...), o que o faz eleger inimigos sempre fora de si e permanecer em luta apenas contra estes, muitas vezes acabando por ser totalmente incoerente no que diz respeito ao que defende, repetindo e fortalecendo, sem perceber, a falsa dicotomia "teoria X prática", "razão X emoção", entre outras. Isso acontece frequentemente como, por exemplo, quando alguém defende a democracia e a justiça social e age de forma absolutamente intolerante e autoritária, sem conseguir ouvir ou respeitar quem pense diferente dele ou avalie as coisas de outra maneira. Sem dúvida é muito mais fácil seguir normas rígidas, ser autoritário, manipular (mesmo justificando pra si mesmo que é com a melhor das intenções...), julgar, rotular do que aprender a lidar com as diferenças, cooperar, trocar, estar aberto pra aprender sempre, fazer constantemente uma auto-crítica honesta, etc.
E outra coisa importante: o conhecimento é algo DINÂMICO, em constante renovação, fruto de novas descobertas, mas, no entanto, a escola ainda é tão arcaica que funciona na direção oposta a isso, apresentando conteúdos de forma estanque e cristalizada, sem interrelacioná-los e repelindo qualquer conhecimento novo que chegue a ela e que coloque em cheque alguns de seus paradigmas e vícios. Já senti isso na pele várias vezes (as contribuições do pedagogo na escola costumam ser repelidas e vistas como "teóricas demais", muitas vezes, pois dizem que ele "não está dentro da sala de aula pra saber das coisas", no que esquecem que TODO PEDAGOGO É PROFESSOR TAMBÉM e já deu aula)! Afinal, ainda valoriza-se mais os anos de experiência prática (mesmo que com pouco ou nenhum estudo) e o senso comum do que o que tem sido descoberto e avaliado por pesquisadores seríssimos, no mundo todo. A escola não valoriza a pesquisa, recebendo-a sempre como "algo puramente teórico que não tem nada a ver com a realidade prática da escola". Mas as pesquisas são feitas em cima de observação de práticas também! Uma coisa não está separada da outra! E muitas são feitas por professores, inclusive! E como a escola quer que o aluno valorize o estudo e o conhecimento adquirido pela humanidade ao longo dos tempos se ela é a primeira a criticar, debochar e rejeitar os novos conhecimentos e descobertas??? É absurdamente INCOERENTE!! Como cativar os alunos assim, se eles veem que grande parte dos "educadores" não lê, não gosta de estudar, não se atualiza, não se renova...??? Assim fica impossível!!! É uma dupla mensagem o tempo todo: "façam o que eu digo, mas não façam o que eu faço"! "Estudem, mas quando alguém chegar pra vocês com idéias novas, digam que vocês é que sabem das coisas por causa dos seus "anos de experiência" nisso ou naquilo". "Desconfie do conhecimento sempre", é o que passamos pra eles, o que é muito diferente do que devíamos passar, que é: tenham sempre espírito crítico diante do que receberem sim, mas saibam ouvir, refletir e pesquisar antes de julgar alguma idéia, pessoa ou prática, pois a maior sabedoria é se manter aberto a novas aprendizagens na vida a cada momento, questionando, buscando e desenvolvendo saberes, ao invés de ficar na posição rígida e defensiva de negação e rejeição (Freud explica!).
O medo do novo é um dos maiores do ser humano e isso deveria ser ensinado na escola. O medo do "diferente" geralmente vem da ignorância que leva aos preconceitos, à intolerância e, no final, à todo tipo de conflitos, confrontos e guerras. Ensinar - e primeiro o educador precisa aprender mais sobre isso! - sobre como funciona o ser humano, em termos de comportamento e reações emocionais seria, sem dúvida, muito mais interessante e útil pra vida de nossos alunos, não acham???!!!!!
Enfim...
Me alonguei porque esse tema me entusiasma e o filme é realmente muito bom, tendo despertado essa necessidade de botar no papel e compartilhar com vocês.
NÃO DEIXEM DE VER O FILME!!!!!
Beijos para todos,
Regina Milone.

sábado, 21 de março de 2009

Mentira ou imaginação? (Drummond)


A incapacidade de ser verdadeiro

(Carlos Drummond de Andrade)

Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões-da-independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas.
A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos. feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias.
Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça:
- Não há nada a fazer, Dona Coló. Este menino é mesmo um caso de poesia.





segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Receita para fazer fracassos


RECEITA PARA FAZER FRACASSOS

Para fazer fracassar um aluno, não é necessário grande empenho ou dedicação individual. Basta juntar os ingredientes necessários e não interferir, que o fracasso logo estará pronto para ser servido.
Leia com atenção e siga corretamente as instruções:
Tome um aluno. Coloque-o na escola, de barriga vazia.
(cuidado: um dos segredos desta boa receita está no número de alunos por classe que deve ser superior a 35.)
Enquanto isso, escalde o professor em baixos salários. Com uma faca pontuda e bem afiada, faça furos em diversos pontos de seu auto-conceito. Esprema até retirar todo o suco. Agora, coloque o bagaço do professor na sala de aula frente aos quarenta ou quarenta e cinco alunos ainda crus.
Adicione aulas expositivas a vontade. O professor em hipótese alguma pode levar em consideração os pontos de vista e/ou as experiências do aluno, assim como os seus próprios pontos de vista e experiências não são considerados pelas instâncias superiores. Os conteúdos devem ser estanques e despejados rapidamente para não fixar.
Atenção, não esqueça de retirar todas as idéias, tanto do professor quanto do aluno, ou diretor e jogar fora!
Se os professores quiserem se reunir, não consinta. Separe-os e deixe esfriar. Lembre-se que a falta de integração é o tempero mais importante nesta receita, pois através dela se descobririam meios de evitar o fracasso do aluno.
Refogue os professores e alunos numa escola sem recursos materiais e refratária a qualquer influência exterior.
Afaste o Diretor. Se ele persistir em ficar na escola, procure sobrecarregá-l o com o trabalho de outros funcionários. Bata no liquidificador do descompromisso. Desestimule bem!
Cubra a mistura com molho de reformas educacionais para as quais ninguém da escola deve ter sido consultado.
Finalmente, decore com argumentos de que o aluno é mal sucedido só porque trabalha e está
cansado.

Leve ao congelador e esqueça.
Está pronto o fracasso do aluno ( e da escola também!)



(desconheço o autor, mas merece aplausos!)





Yansan



Curta bem realista... Feito a partir da Mitologia Africana e utilizando traços de anime japonês. Criativo!

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=4839&Exib=7391

Historietas Assombradas (para crianças malcriadas)

Um curta muito legal!!

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=3297&Exib=7391

Hotel do Coração Partido

Grande curta de animação!!!

http://portacurtas.com.br/pop_160.asp?Cod=5138&Exib=7391